Estranha Forma de Ser
Gonçalo Salgueiro
Eu pertenço ao forte vento
A um triste pensamento
De um Deus que me criou
De uma centelha perdida
Apagada p’la vida
Neste ser me transformou
Voltei aqui p’ra sofrer
Em estranha forma de ser
Sem saber bem o que sou
Serei misto de loucura
A razão que te procura
Quando estás onde não estou
Minh’alma te entreguei
Meu corpo te abandonei
Apenas me resta a voz
Tenho a forma da saudade
Sou memória da verdade
Sombra apagada de nós
No meu fado rogo ao vento
Que a ti leve este lamento
P’la solidão esmagado
Vou dar forma a outro ser
Quero à terra pertencer
P’ra viver sempre a teu lado
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