Sol e América
Gladir Cabral
Manhãs de risos cálidos
Ao som de vozes rústicas
De velhas alegrias, sim
De jovens cantos, místicos encantos
No encontro do sol e da América
Lúcida, esférico, solo de América
Cantaremos juntos, pois
O meu sonho e o teu calor
Amaremos mares e musas
Partiremos ao se pôr
Do teu claro e quente ardor
Criaremos lares e ruas
Até não haver prisão
Onde morra como um cão
Teu irmão cansado e ferido
O teu mano andando escondido
O teu mano pardo e perdido
A mão agradecida viu
Partido o pão que recebeu
No amor que não morreu em si
Mas que vingou no negro chão
Na plantação de cruz e flor, no solo da América
Tão lúcida, esférica, solo de América
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