Teresa
Ronaldo Fialho
Teresa, não se desespere
A vida não passa de um sol de domingo
Eu sigo dormindo nas costas do vento
Você, meu tormento
Vagueia no som de Ipanema
Eu sou vaga-lume de beira de estrada
Você não é nada se for pelo avesso
Avessa às manias de todas as Marias
Por ser diferente você me maltrata
Eu sou vagamente estrela noturna de Copacabana
De Parque Regadas
De casa e jardim
De fome e sossego
Seu novo endereço é o meu coração
Pois certo é o momento em que a menina
Descobriu que vaselina dura mais que um instante
Que ela tenha de amor
De amor, que quando passa, desespera
Venha a dor que abre as pernas
De passar os nove meses
Ela chora e ela implora
Isso fica pra família
Eu não mereço essa filha
É o fruto da paixão desenfreada pelo pai
Um camarada traidor
Traidor, que me jurou um casamento
E no entanto, desencanto
Me deixou com pensamento
Só tornei tão filha pura
Filha pura, que da vida não conhece
O que de triste se oferece
A uma menina linda e ingênua
Que está cheirando a leite
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