Destino de Violeiro
Bernardo Diniz
É sozinho que eu ando
Sem quadrilha, sem bando, sem companheiro
Sem major, sem comando
Sem poder, sem desmando, sem paradeiro
Eu vou cruzar sertão e mar, eu não sei se é dever
Se é destino ou não, se é missão
Trago em um verso na voz
Levo uma canção no violão
Varo serra e campina
Claridão e neblina, céu de aguaceiro
Ao revés da rotina
Vou seguir minha sina, sou violeiro
Eu vou passar manhã, luar
Meus pequenos sinais vão ficando, vão
Pelo chão, um poema, um cordel
Uma louvação, um refrão
Pedra, sal, areia, flor
Rincão, qualquer lugar
Norte, sul, grotão, maré
O que couber no olhar
Eu não sei o que vou achar
Eu nem sei nem se vou voltar
Eu não sei o que vou achar
Eu nem sei nem se vou voltar
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